Sobre mim


Oi, meu nome é Sabrina e eu tenho blog desde 2009. Meu primeiro blog tinha um nome péssimo e eu tenho muita vergonha de contar aqui. Eu tinha internet discada, então não era nem um pouco fácil postar, acessar, salvar fotos, nada. E eu nem sonhava com o termo “blogueira” ou que isso viria a ser tornar uma ocupação e que as pessoas ficariam muito ricas com isso tudo anos depois. O que eu descobri lá em 2009 é que eu amava escrever.

Eu só criei o blog em 2009 porque nesse mesmo ano eu comecei uma espécie de coluna no meu próprio perfil do Orkut em que eu escrevia pensamentos soltos, aleatoriedade e até assuntos relacionados aos meus amigos – que me incentivaram a continuar escrevendo.

Até os 14 anos estudei em escolas públicas municipais aqui do Rio de Janeiro. Até essa época meus professores também me incentivavam a escrever e a pensar em faculdade. Entre esse meio tempo eu tive mais um milhão de blogues, fiquei um tempão sem computador, voltei a ter, mas com uma internet muito ruim daquelas de modem 4G (até 2013 eu não tinha Smartphone nem Wi-Fi nem nada disso). 

Mais alguns anos se passaram e eu continuei a estudar em escolas públicas, mas dessa vez do Estado do RJ. Lá a realidade era outra, mas pelo pouco incentivo que eu ainda tinha resolvi tentar o vestibular para Letras ou Jornalismo. Mas eu sabia que teria alguns obstáculos pela frente.

Para você que não conhece aí vai um pequeno resumo: não é desde sempre que as escolas não oferecem tudo o que oferecem hoje. Antes os uniformes eram comprados, as mochilas, as calças, as camisetas, os tênis, as meias, os lápis, cadernos, borrachas, apontadores, canetinhas e quaisquer outros materiais que você puder lembrar, eram todos comprados pelos pais. E ainda tinham as listas de materiais que cada aluno precisava colaborar para que não faltasse nada. Isso tudo somado ao ensino totalmente deficiente.

Lá estava eu imaginando como seria viver da coisa que eu mais gostava: escrever. Eu amava inventar histórias desde pequena. Passava horas e horas brincando com minhas Barbies, inventando cenários, casinhas, desenhando asas e criando narrativas das mais diversas. Claro que eu também amava falar, ler e fotografar – apesar de não saber. Jornalista completa.

Quando fui para o Ensino Médio foi a primeira vez que vi um ar condicionado num colégio público que não fosse o Pedro II. Foi a primeira vez que me deparei com faltas de professores, medidas autoritárias de diretores, humilhações de pseudo profissionais da educação. Foi a primeira vez que fui desestimulada a fazer o que eu gosto porque “só por estar ali” eu não seria ninguém. Não é o tipo de situação desafiadora estimulante, é só humilhante.

Vi a minha primeira tentativa de vestibular indo embora junto com as lágrimas que eu derramei sentadinha num banco de concreto lá da Uerj. História resumida: dei bobeira com documentos de cotista, não levei alguns e minha classificação acabou ficando péssima.

Escolhi o jornalismo e consegui na segunda tentativa, mas o importante foi não desistir. Continuei minha saga no ensino público só que agora na Uerj, sim a mesma universidade que eu chorei. O formato da aula foi um baque muito grande, achei que ia reprovar todas as disciplinas e até que me saí bem nelas. Mas descobri algo: eu escrevia muito mal.

Passei anos sendo enganada por mim mesma, por professores e amigos. Acho que meus professores me ajudaram a fazer milagre porque eu era realmente ruim. Arrisco a dizer que pra ficar ruim eu precisava melhorar. Nossa como eu reescrevi textos. Como eu li de novo a mesma coisa e corrigi mil vezes as mesmas coisas até eu ficar razoável.

Depois disso, eu basicamente trabalhei escrevendo, mas nem sempre escrevendo o que eu gosto. Foi aí que eu precisei refinar a frase “eu amo escrever”. Se assim fosse eu deveria ficar feliz escrevendo bulas de remédio, avisos de estacionamento ou qualquer coisa. Na verdade, eu gosto de contar histórias. Seja por meio de um texto, de uma imagem, de um desenho, uma roupa, cabelo ou maquiagem. Eu gosto de criar enredos, personagens, ideias. Eu amo criar. Esse texto, essa minha tentativa número sei lá quanto de manter um canal de escrita – falo assim porque já usei vários – é minha forma de não desistir de criar.

S.

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